Teatro: ‘O amor em tempos de Bossa Nova’
Dois astronautas vagam na lua, de repente avistam algo inebriante. Extasiados com a visão paralisam e escutam uma voz que vem do espaço: “Um pequeno compasso para o homem. Um compasso gigante para a humanidade. A bossa nova é azul”. Assim começa ‘O amor em tempos de bossa nova’, uma fantasia musical sobre o amor de Aloisio de Abreu, com Aloisio de Abreu e Iza Eirado, direção de Walter Lima Júnior, direção musical de Maurício Gueiros, consultoria musical de Roberto Menescal, direção de movimento de Marina Salomon, preparação de canto de Ana Calvente, cenografia de José Dias, figurinos de Tiago Ribeiro, e com o trio de músicos: Itamar Assiere (piano), Diego Zangado (bateria) e Zé Luiz Maia (contrabaixo). A montagem ficará em cartaz de 12 de outubro a 17 de novembro de 2019, no Teatro I do Centro Cultural Banco do Brasil, de quarta a domingo, às 19h. A estreia será no dia em que o CCBB completa 30 anos!
‘O amor em tempos de bossa nova’ é uma comedia musical que mistura romance e irreverência, com alguma dose de fantasia. Um casal – Ele e Ela, travam um doce embate revelando várias faces desse sentimento que, quem não tem, quer; quem já tem, não quer perder; e quem perde, chora: o amor. Cerca de 25 canções, especialmente selecionadas entre os clássicos da bossa nova, se misturam com cenas que retratam o universo temático-poético desse movimento musical que transbordou as fronteiras brasileiras se espalhando pelos quatro cantos do mundo. Em ritmo cadenciado as histórias vão sendo contadas através de quadros: o encontro e a paixão, o desencontro e a desilusão, o versejar de uma garrafa de uísque – “Eu sou uma garrafa de uísque / musa mor da bossa nova / sem minha autorização / verso algum o poeta aprova”; a angústia da incerteza; o amor duplo; o diálogo rítmico entre a poesia de um rap e a canção “Chega de saudades”, a subversão especialmente preparada por Aloisio de Abreu para “Minha namorada”, numa homenagem ao espetáculo “Subversões” realizado por ele nos anos 90, precursor do gênero “teatro besteirol musical brasileiro”.
Em ‘O amor em tempos de bossa nova’ a época e o local onde os personagens se encontram não são definidos. Os “tempos de bossa nova” a que se refere o título trazem, em si, um jogo semântico. Pode ser o tempo cronológico: uma época, as primaveras e outras estações. Pode ser o tempo interno de cada personagem: ora ilustrando, ora preparando o terreno para a cena que vem a seguir. As músicas tomam a forma de duetos, solos, entremeados por conversas, confissões, humor, leveza e muito romance. O musical, com 60 minutos de duração, apresenta canções emblemáticas como: “Minha Namorada” ǀ “Este seu olhar” ǀ “Tim tim por tim tim” ǀ “Discussão” ǀ “Por causa de você” ǀ “Canto de Ossanha” ǀ “Chove lá fora” ǀ “Você vai ver” ǀ “Fotografia” ǀ “Saudosismo” ǀ “Eu sei que vou te amar” ǀ “Brigas nunca mais” ǀ “Chega de Saudade” ǀ “Disse alguém” ǀ “Só tinha que ser por você” ǀ “S’ Wonderful”.
Teatro e música se fundem numa homenagem à bossa nova, seus compositores e intérpretes – em 2019 perdemos João Gilberto, ícone maior do movimento – e todos os amantes que já pisaram nesse planeta terra.